O melhor amigo do homem

Pedro era um homem muito bom e só via o lado bom de toda a gente. Um dia quando voltava do trabalho, numa tarde de verão, viu uma cadela ser atropelada por um motorista que ia a alta velocidade: "Se calhar ele estava com muita pressa", pensou ele. Quanto à cadela, que o mordeu ao ser socorrida, levou-a para casa, mesmo não tendo condições financeiras para ter mais uma boca para dar de comer, resolveu cuidar do ferimento da pobre coitada. Em poucos dias, o animal já tinha deixado de lado a revolta do acidente e já aceitava festinhas de todos os membros da família. O melhor amigo do Pedro, Rodolfo, vivia em casa dele num quarto da casa, já que não tinha para onde ir depois de ter perdido o emprego á cinco meses. Passados três anos, os dois, antes corpos estranhos naquele local, já eram membros da família. Rodolfo arranjou um emprego; Menina, assim ficou batizada a cadela, tinha muitos filhotes. No entanto, alguma coisa mudou na Rua Almada, número 12. Rodolfo, para pagar as dívidas do jogo, vendeu, quando Pedro e a sua família não estavam, todos os móveis de casa. Saiu sem deixar sinal de vida. Menina, a vira-lata, tentou alertar toda a vizinhaça da mudança repentina, mas não surtiu efeito. Cães a ladrar e a sala vazia foi o quadro vislumbrado por Pedro e a familia dele ao chegarem a casa. Pedro nada disse, chorou. Apenas Chorou