Textos e...

Textos e Imagens

quarta-feira, fevereiro 28, 2007

O VERDADEIRO EU


Ao longo da vida vamos construindo a nossa identidade a partir da nossa história familiar, dos nossos relacionamentos sociais e dos valores que nos são impostos pela sociedade como um todo, na maioria das vezes, acontece uma enorme distância entre o que desejamos e o que o mundo espera de nós. Para muitas pessoas, não corresponder à expectativa do mundo simboliza uma atestado de fracasso, de que falharam, não conseguiram seguir o modelo por este definido como o de um ser vencedor….Para estas pessoas, aliás, tomar consciência dos próprios desejos é algo bastante difícil, visto que não desenvolveram o hábito de se auto questionar e reflectir acerca dos próprios sentimentos e daquilo que se lhe apresenta mas que nada tem a ver com eles, o que acontece comnosco.Seguem pela vida de acordo com o que lhes foi “ensinado” ser o certo, e sentem-se totalmente impotentes para questionar tais valores. Acham até impossível. Muitas desconhecem as raízes da própria infelicidade e recusam-se a vislumbrar a verdade, pois isto exigiria o reconhecimento de que não possuem a coragem necessária para mudar.


A busca da felicidade inclui, para a maioria de nós, a necessidade de reconstruir o próprio Eu, mudando o que for preciso para que nossa vida se adapte aos nossos mais profundos desejos. A sintonia entre o que nosso coração deseja, e o que vivenciamos, é a chave para alcançarmos a serenidade, a paz e o equilíbrio interior com os quais todos sonhamos. Este processo é geralmente bastante doloroso, pois requer que nos desfaçamos de nossas velhas carapaças para que o novo Eu renasça, embora frágil a princípio, como uma criança que se sente insegura ao dar os primeiros passos…


Porém, à medida que nos descobrimos senhores de nossa Caminhada, não precisamos mais aparentar o que não sentimos ou viver o que já não desejamos, uma nova força se apodera de nós, um poder interior que nem sequer desconfiávamos possuir.


E este poder ninguém conseguirá desviar de nós, pois uma vez desperto ele jamais desaparecerá. Adoptemos a responsabilidade nas nossas próprias mãos, é a nossa vida. Assim, façamos o que pretendemos fazer e nunca o que não inspiremos fazer. Se precisarmos sofrer por isso, que assim seja, soframos. Precisamos pagar um preço por tudo, nada é de graça na vida. Se gostamos de algo que toda a gente condena, magnífico! Deixemos que eles condenem! Aceitemos essa consequência, vale a pena. Se não gostarmos de algo que toda gente considere de belo, isso não tem importância, porque nunca desfrutaremos a nossa vida se fomos seguir a dos outros. É a nossa vida, e, quem sabe, amanhã poderemos morrer... Portanto, desfrutemos dela enquanto estivermos vivos! Ela não é da responsabilidade de ninguém, nem de nossos pais, nem da sociedade, nem de qualquer outra pessoa.


“Trata-se da nossa vida”. Aprendemos desde pequenos a escolher o nosso lugar levando em conta muitas coisas... ouvindo muitas vozes... que falam de felicidade... de sucesso... de poder... e até de servir... que ensinam muitos caminhos que também levam em conta muitas coisas, mas quase nunca a vontade da nossa Alma. Se olharmos ao nosso redor podemos muito bem perceber, onde essas vozes, que, não são as da Alma, eu arriscaria a dizer de TODOS NÓS, levaram o Planeta… Quando criamos muitos planos e nos prendemos, passamos a vida a defender esses planos, muitas vezes lutando com a realidade que é bem diferente do que sonhamos... E acreditem, pode ser muito melhor do que sonhamos, se nos permitirmos vivê-la. Quando tentamos impedir a vida, de passar... fechando-lhe a porta, pela forma em que se apresenta, gastamos tanta energia, que, quando finalmente ela passa, podemos já não ter forças para vivê-la ou perdemos parte dela. Aceitar o que a vida nos oferece cada dia, pode tornar bem mais leve a nossa existência... Mas para que essa aceitação seja profunda e verdadeira, é preciso abrir mão daquelas coisas que saíram um pouco diferentes daquilo que planejamos... ou muito diferentes.


Se as coisas não aconteceram daquela forma que planejamos, com certeza o nosso não era o melhor plano, e o Universo tinha outro melhor para nós. Mas se resistirmos nem percebemos que planos são esses, e muitas coisas encantadas passam diante de nossos olhos que estão presos ao que deveria ter sido e não foi. É o que acontece com a maioria dos humanos.Deixemos a vida entrar para fluirmos com ela! Ela pode trazer-nos o que nunca sonhamos... e aí é que está o Encantamento...

“Se sonhar um pouco é perigoso…a solução para isso não é sonhar menos, é sonhar mais!” -Marcel Proust –

"Quando Queremos alguma coisa, todo o Universo e A Natureza conspiram para que se realize". – Paulo Coelho –




segunda-feira, fevereiro 26, 2007

MARÇO


O mês de março é o terceiro mês do ano no calendário gregoriano. O seu nome deriva do deus romano Marte, e na Roma Antiga o mês de março era denominado Martius. Na Grécia Antiga, março chamava-se Anthesterion.
Até à implantação do calendário juliano em 45 a.C., no âmbito das reformas administrativas de Júlio César, março era o primeiro mês do ano na Roma Antiga.
Por volta de 21 de março, o Sol cruza o equador celestial rumo ao norte; é o equinócio de março, começo da primavera no Hemisfério Norte e do outono no Hemisfério Sul.


ALGO


Algo deriva a sorte,

Algo se esconde aqui,

Tentando escapar da morte,

Tentando encontrar-te a ti.

Nas profundezas eu guardo-me,

Nos abismos eu escondo-me,

Veijo-me sozinho num adro,

Pois sem ti desencontro-me.

Quero olhar para ti...

Saber que estas comigo...

Mas olho aqui e ali,

E se nao te ouço,desligo.

Desligo da vida terrena...

Procuro-te no meu pensamento...

Esperando que tu me acordes,

E que me tires o sofrimento...

Esta solidão que maltrata,

Sem ti não posso viver,

É um cristal de luz que mata,

E por ti quero morrer...

Sussurra-me ao ouvido,

Para que eu não te procure mais,

E assim possamos estar,

Em muitas loucuras fatais.

Escreve-me,fala comigo,

Dá-me uma pista a mim...

Pois eu estou disposto,

A dar a minha vida por ti...

TEU E MEU


Nas proparoxítonas, nas caatingas, nos aviões, nas redundâncias, nos pleonasmos, nas estalactites, no breu, no caos: há em toda a parte uma lembrança do TEU olhar. eu juro: nos sessenta minutos das três horas desta madrugada, haverá em cada um deles uma lembrança do TEU olhar. mesmo na terra do sol nascente, onde neste momento está frio e chove, mesmo lá sem sol existe uma lembrança do TEU olhar plantada numa esquina. como aqui, na esquina, existem: uma farmácia, uma padaria, uma loja de colchões, uma loja de aparelhos de ginástica e uma lembrança do TEU olhar na quinta ponta da esquina, na ponta oculta que ninguém pode ver. Apenas eu, se esticar o pescoço pela janela, verei a quinta ponta da esquina, oculta, mostrando a lembrança do TEU olhar. Eu tenho um desespero crônico de perder uma idéia, eu tenho uma obsessão pelas proteínas do leite, eu tenho um corte fino e profundo na dobra da base do polegar da minha mão direita, mas nada disso se assemelha à lembrança do TEU olhar, que está em toda: parte perto da porta da pasta da posta da pista do pesto da peste da pústula dos pulhas da palha da peia da pia do pó. o TEU olhar. a TUA lembrança. o TEU olhar que ri com o TEU riso. o TEU olhar que me olha de lado. eu sei, eu olhei, eu vi, eu flagrei: o TEU olhar a olhar-me de lado. há uma parede inteira para ser escalada e eu convido-te para subirmos juntos.


O TEU olhar no meu olhar

O meu olhar nas tuas costas

O Teu olhar nos meus cabelos

O meu olhar nos teus braços

O Teu olhar na cicatriz da minha testa

O meu olhar no teu flexor ulnar do carpo

O Teu olhar nas minhas orelhas

O meu olhar na oxítona do teu nome

O Teu olhar nas minhas unhas roídas

O meu olhar no teu extensor ulnar do carpo

O Teu olhar na assimetria da minha boca

O meu olhar na assimetria do teu olhar

O Teu olhar no meu olhar

domingo, fevereiro 25, 2007

Doce transporte


Desejo afagar o teu rosto
Como se as minhas mãos
Experimentasse a frieza da água corrente...
Roçar os meus lábios
Nos teus olhos
Como se acariciasse uma rosa que se despetala...
Afagar os teus cabelos
Como se desfiasse meadas de fios de seda...
Beijar a tua boca
Como se saboreasse um quinhão de fruto maduro...
Segurar a tua mão
como se, tendo-te como guia,
Percorresse caminhos nunca dantes palmilhados...
Sentar-me ao teu lado
Como um filhote sob a asa de um pássaro possante...

M......


Onde hoje nascem as minhas esperanças sinto a tua recordação que floresce mais que nunca , esbelto e presunsoso e que se ergue até ao ceu como se quise-se abraça-lo com os teus dedos invisiveis. Longe vai aquele verão,aquelas nossas tardes,intensas mas ás vezes que estão curtas que não chegava o sol e me sobrava o intardecer.Isso significava que tinha que esperar demaziadas horas para te voltar a ver.

Então quando aparecias,radiante,á distancia,sentia as horas a começarem a bailar cada vez mais.

Sempre pensei que elas ( as horas) te davam as boas vindas no meu lugar,pois eu nunca me atrevi a demosntrar-te o que sentia ao ver-te.


A tua alma,selvagem e nostálica chorava com frequencia envolta na arrogancia da tua terra que te viu nascer;mas nesse momento generosa,e ai vinhas ter comigo para compartinhar o melhor dos teus sorrisos.

Eu sabia dentro de mim que um dia qualquer o teu sorriso e o teu adeus seriam a ultima imagem que teria de ti.


O mar está tranquilo, a dança terminou para sempre desde que te fos-te embora.

Hoje quis viajar para me sentar no teu solo,olhar para a tua terra e procurar desesperadamente um bocado qualquer,minusculo nem que fosse uma recordação tua.

Onde estarás?

Para onde levas-te aquele nosso verão?

Afinal comes-te o mundo ou o mundo comeu-te a ti?

Senti como se o asfalto arde-se sobre os meus pés necessitava de sair dali a correr mas ao mesmo tempo não sabia que direcção tomar. A unica coisa que desejei nesse momento foi voltar a ver a tua cara. Fechei os olhos e pode sentir como se estivesses ali. A tua mão a tocar na minha pele. ( Há sensações que nunca se esquecem que nos acompanham sempre e só nós mesmos sabemos que elas existem dentro de nós)

Olha para o mar,que não é o mesmo e cre ver nele uma gota que um dia lançamos naquele otro mar que por um tempo foi nosso,mas era sóuma alucinação deseperada.


A minha mente está relaxada,a minha alma sente-se livre, a minha estima pessoal fica a decifrar o sentido do exto. Graças a uma lenta e refinada variedade de envenenamento dissolvemos os nossos sonhos em momentos de felicidade. Tudo o que escolhemos na nossa vida pela sua beleza não arda em revelar o seu peso insustentavel.

Quero recordar-te como eras e como partis-te por isso não voltarei a escrever sobre ti.


" Deixa-me ter-te entre grinaldas amarelas. Deixa-me recordar-te como eras quando deixas-te de existir."


sexta-feira, fevereiro 23, 2007

Morte


Já tive medo da morte. Hoje não tenho mais. O que sinto é uma enorme tristeza. Concordo com Mário Quintana: "Que importancia tem morrer? (...) O chato é deixar de viver." A vida é tão boa! Não me quero ir embora... A morte é onde mora a saudade. Mas tenho muito medo do morrer. O morrer pode vir acompanhado de dores, humilhações, aparelhos e tubos enfiados no meu corpo, contra a minha vontade, sem que eu nada possa fazer, porque já não sou mais dono de mim mesmo; solidão, ninguém tem coragem ou palavras para, de mãos dadas comigo, falar sobre a minha morte, medo de que a passagem seja demorada. Bom seria se, depois de anunciada, ela acontecesse de forma mansa e sem dores, longe dos hospitais, rodeado das pessoas que se ama,rodeado de visões de beleza.Mas a medicina não entende. Um amigo contou-me dos últimos dias do seu pai, já bem velho. As dores eram terríveis. Era-lhe insuportável a visão do sofrimento do pai. Dirigiu-se, então, ao médico: "O senhor não poderia aumentar a dose dos analgésicos, para que meu pai não sofra?". O médico olhou-o com olhar severo e disse: "O senhor está a sugerir que eu pratique a eutanásia?".Há dores que fazem sentido, como as dores do parto: uma vida nova que está a nascer. Mas há dores que não fazem sentido nenhum.Uma pessoa a sofrer uma dor inútil. Qual foi o ganho humano? Que eu saiba, apenas a consciência apaziguada do médico, que dormiu em paz por ter feito aquilo que o costume mandava; costume a que freqüentemente se dá o nome de ética. Sofreu inutilmente por mais dois dias antes de tocar de novo o acorde final.Dir-me-ão que é dever dos médicos fazer todo o possível para que a vida continue. Eu também, da minha forma, luto pela vida. A literatura tem o poder de ressuscitar os mortos. Aprendi com Albert Schweitzer que a "reverência pela vida" é o supremo princípio ético do amor. Mas o que é vida? Mais precisamente, o que é a vida de um ser humano? O que e quem a define? O coração que continua a bater num corpo aparentemente morto? Ou serão os ziguezagues nos vídeos dos monitores, que indicam a presença de ondas cerebrais?Confesso que, na minha experiência de ser humano, nunca me encontrei com a vida sob a forma de batidas de coração ou ondas cerebrais. A vida humana não se define biologicamente. Permanecemos humanos enquanto existe em nós a esperança da beleza e da alegria. Morta a possibilidade de sentir alegria ou gozar a beleza, o corpo se transforma numa casca vazia.Muitos dos chamados "recursos heróicos" para manter vivo um paciente são, do meu ponto de vista, uma violência ao princípio da "reverência pela vida". Porque, se os médicos dessem ouvidos ao pedido que a vida está a fazer, eles ouviriam dizer: "Liberta-me".Comovi-me com o drama do jovem francês Vincent Humbert, de 22 anos, há três anos cego, surdo, mudo, tetraplégico, vítima de um acidente automobilístico. Comunicava-se por meio do único dedo que podia movimentar. E foi assim que escreveu um livro em que dizia: "Morri em 24 de setembro de 2000. Desde aquele dia, eu não vivo. Fazem-me viver. Para quem, para que, eu não sei...". Implorava que lhe dessem o direito de morrer. Como as autoridades, movidas pelo costume e pelas leis, se recusassem,a sua mãe realizou o seu desejo. A morte o libertou do sofrimento.Dizem as escrituras sagradas: "Para tudo há o seu tempo. Há tempo para nascer e tempo para morrer". A morte e a vida não são contrárias. São irmãs. A "reverência pela vida" exige que sejamos sábios para permitir que a morte chegue quando a vida deseja ir. Cheguei a sugerir uma nova especialidade médica, simétrica à obstetrícia: a "morienterapia", o cuidado com os que estão morrendo. A missão da morienterapia seria cuidar da vida que se prepara para partir. Cuidar para que ela seja mansa, sem dores e rodeado de amigos, longe de UTIs. Já encontrei a padroeira para essa nova especialidade: a "Pietà" de Michelangelo, com o Cristo morto nos seus braços. Nos braços daquela mãe o morrer deixa de causar medo.

quinta-feira, fevereiro 22, 2007

Sonhar


Para sonhar o que poucos ousaram sonhar.Para realizar aquilo que já te disseram que não podia ser feito.Para alcançar a estrela inalcançável.Essa será a tua tarefa: alcançar essa estrela.Sem quereres saber quão longe ela se encontra;nem de quanta esperança necessitarás;nem se poderás ser maior do que o teu medo.Apenas nisso vale a pena gastares a tua vida.Para carregar sobre os ombros o peso do mundo.Para lutar pelo bem sem descanso e sem cansaço.Para enxugar todas as lágrimas ou para lhes dar um sentido luminoso.Levarás a tua juventude a lugares onde se pode morrer, porque precisam lá de ti.Pisarás terrenos que muitos valentes não se atreveriam a pisar.Partirás para longe, talvez sem saíres do mesmo lugar.Para amar com pureza e castidade.Para devolver à palavra "amigo" o seu sabor a vento e rocha.Para ter muitos filhos nascidos também do teu corpo e - ou - muitos mais nascidos apenas do teu coração.Para dar de novo todo o valor às palavras dos homens.Para descobrir os caminhos que há no ventre da noite.Para vencer o medo.Não medirás as tuas forças.O anjo do bem te levará contigo, sem permitir que os teus pés se magoem nas pedras.Ele, que vigia o sono das crianças e coloca nos seus olhos uma luz pura que apetece beijar, é também guerreiro forte.Verás a tua mão tocar rochedos grandes e fazer brotar deles água verdadeira.Olharás para tudo com espanto.Saberás que, sendo tu nada, és capaz de uma flor no esterco e de um archote no escuro.Para sofrer aquilo que não sabias ser capaz de sofrer.Para viver daquilo que mata.Para saber as cores que existem por dentro do silêncio.Continuarás quando os teus braços estiverem fatigados.Olharás para as tuas cicatrizes sem tristeza.Tu saberás que um homem pode seguir em frente apesar de tudo o que dói, e que só assim é homem.Para gritar, mesmo calado, os verdadeiros nomes de tudo.Para tratar como lixo as bugigangas que outros acariciam.Para mostrar que se pode viver de luar quando se vai por um caminho que é principalmente de cor e espuma.Levantarás do chão cada pedra das ruínas em que transformaram tudo isto.Uma força que não é tua nos teus braços.Beijá-las-ás e voltarás a pô-las nos seus lugares.Para ir mais além.Para passar cantando perto daqueles que viveram poucos anos e já envelheceram.Para puxar por um braço, com carinho, esses que passam a tarde sentados em frente de uma cerveja.Dirás até ao último momento: "ainda não é suficiente".Disposto a ir às portas do abismo salvar uma flor que resvalava.Disposto a dar tudo pelo que parece ser nada.Disposto a ter contigo dores que são semente de alegrias talvez longe.Para tocar o intocável.Para haver em ti um sorriso que a morte não te possa arrancar.Para encontrar a luz de cuja existência sempre suspeitaste.Para alcançar a estrela inalcançável.

Se Feliz


Caminha placidamente entre o ruído e a pressa. Lembra-te de que a paz pode residir no silêncio.Sem renunciares a ti mesmo, esforça-te por seres amigo de todos.Diz a tua verdade quietamente, claramente.Escuta os outros, ainda que sejam torpes e ignorantes; cada um deles tem também uma vida que contar.Evita os ruidosos e os agressivos, porque eles denigrem o espírito.Se te comparares com os outros, podes converter-te num homem vão e amargurado: sempre haverá perto de ti alguém melhor ou pior do que tu.Alegra-te tanto com as tuas realizações como com os teus projectos.Ama o teu trabalho, mesmo que ele seja humilde; pois é o tesouro da tua vida.Sê prudente nos teus negócios, porque no mundo abundam pessoas sem escrúpulos.Mas que esta convicção não te impeça de reconhecer a virtude; há muitas pessoas que lutam por ideais formosos e, em toda a parte, a vida está cheia de heroísmo.Sê tu mesmo. Sobretudo, não pretendas dissimular as tuas inclinações. Não sejas cínico no amor, porque quando aparecem a aridez e o desencanto no rosto, isso converte-se em algo tão perene como a erva.Aceita com serenidade o cortejo dos anos, e renuncia sem reservas aos dons da juventude.Fortalece o teu espírito, para que não te destruam desgraças inesperadas.Mas não inventes falsos infortúnios.Muitas vezes o medo é resultado da fadiga e da solidão.Sem esqueceres uma justa disciplina, sê benigno para ti mesmo. Não és mais do que uma criatura no universo, mas não és menos que as árvores ou as estrelas: tens direito a estar aqui.Vive em paz com Deus, seja como for que O imagines; entre os teus trabalhos e aspirações, mantém-te em paz com a tua alma, apesar da ruidosa confusão da vida.Apesar das tuas falsidades, das tuas lutas penosas e dos sonhos arruinados, a Terra continua a ser bela.Sê cuidadoso.Luta por seres feliz.

segunda-feira, fevereiro 19, 2007

Personalidade


Um homem demora muito tempo a fazer-se. Não somos como aqueles passaritos que se soltam na imensidão dos céus pouco tempo depois de terem visto a luz. Trazemos em nós uma semente que demora a germinar, que gasta nessa tarefa muitos anos de agitação e silêncio. É assim, decerto, porque está destinada a dar um fruto muito maior que o do pássaro.Temos, sem dúvida, uma alma: raciocinamos, temos sede de conhecer, somos capazes de amar e de escolher. Um animal come necessariamente, se tiver fome e o alimento estiver ao seu alcance. Um homem, nas mesmas circunstâncias, pode não o fazer. Porque, por exemplo, resolveu fazer dieta. Ou porque escolheu dar o seu alimento a outro que tinha mais fome do que ele. Tem a possibilidade de viver de acordo com outros critérios.Há muitos séculos que chamamos alma a esse não-sei-quê que faz parte de nós e nos permite viver num plano superior ao das coisas simplesmente materiais. É como se possuíssemos uma espécie de asas.Sabemos apreciar um sofá confortável, um sono reparador, um bom bife com batatas fritas. Mas precisamos de mais do que isso. E damos por nós a perguntar "porquê?", ou a discutir ideias. E descobrimos que há qualquer coisa - não feita de células ou moléculas - que nos comove e nos atrai numa paisagem, num gesto de heroísmo, num poema, na música.Há uma beleza e um bem que não são feitos de nada que se possa tocar. Que não estão nas coisas, embora as coisas nos levem a eles. Aquilo que é apenas material - acabamos sempre por o descobrir - sabe a pouco e não nos enche as medidas. Mas leva tempo a chegar aí.Leva tempo até percebermos, por exemplo, que existe uma paz que não é a paz das coisas, mas sim uma harmonia interior que resulta de um comportamento correcto. E que é esse o género de paz que nos interessa; que não nos basta aquela paz que é feita somente de ausência de vento ou de guerra.Um homem tem de crescer não apenas corporalmente. Deve atingir uma envergadura que ultrapassa em muito o âmbito das coisas materiais. Deve fazer-se... homem.É um caminho já de si longo. Ainda por cima, cometemos com frequência a burrice de termos medo de ganhar asas. De largar um pouco esses outros bens - mais pequenos, mais baixos, mais... animais. É olhar e ver como muitas vezes nos afadigamos correndo atrás da posse de bens materiais e dos prazeres que não são senão para o corpo e de que também gostamos. Ter, gozar, curtir, comprar, comprar... Ter, ter, ter.Mas sucede que o ter e o comprar e o curtir - usados de um modo exagerado, como fazemos - nos atrasam. Perdemos tempo.Quem vive obcecado com a posse de prazeres e bens materiais não tem acesso aos prazeres da alma. Passa ao lado do bem e da beleza e do amor. Porque escolheu um nível para a sua vida - o mais cómodo - e escolher uma coisa é sacrificar as outras. Não é possível alcançar o topo da montanha e, simultaneamente, permanecer deitado à sombra lá em baixo.Portanto, apressemo-nos. Pois, como escreveu o poeta, ter é tardar...

domingo, fevereiro 18, 2007

Frase


Dou os meus passos com frequência por Lisboa. Caminho naquela confusão citadina que todos conhecem ou de que ouviram falar. E sucedeu que uma vez - no meio da agitação da gente apressada - pousei os olhos numa frase diferente, pintada na chapa de um autocarro. Era de Almada Negreiros. Dizia ele, ali no amarelo do autocarro, que se alimentava do silêncio...Veio-me logo à cabeça o contraste, pois estava no ambiente ideal para isso. Nós hoje já não nos alimentamos do silêncio.A verdade é que - muito pelo contrário - fugimos dele.Ligamos a televisão quando estamos sozinhos em casa, mesmo que não olhemos para ela; levamos música quando prevemos uma viagem ou um espaço vazio no dia; vamos descansar do trabalho para uma discoteca.É saudável, sem dúvida, o desejo de companhia, o gosto por estarmos ocupados; a música e, até, o bulício. Somos gente do mundo e este é o nosso lugar, do qual tanto gostamos. Precisamos do trabalho, do ruído, da agitação para nos sentirmos vivos.Porém, faz também parte da nossa natureza o recolhimento. Somos seres racionais: os nossos gestos deviam ser pensados; os nossos sentimentos e as nossas intenções deviam ser analisados; devíamos avaliar o significado dos acontecimentos; era preciso que forjássemos uma opinião acerca de muitas coisas, novas e velhas. Devíamos construir os nossos princípios a partir de dentro, e não com base em meia dúzia de anúncios publicitários, no que ouvimos no café, na novela ou no noticiário, ou no que lemos num livro que uma grande campanha publicitária colocou na moda.O silêncio permite-nos ter uma vida por dentro, qualquer coisa que flutua por cima da pressa, da confusão das sensações, das notícias de jornal. Qualquer coisa que - para dizer de outra forma - permanece em sossego, como o fundo do mar, muito longe do reboliço superficial das ondas e do vento. É pelo silêncio que se entra nesse lugar. E era importante que lá entrássemos, porque só assim nos aproximaremos da nossa dimensão humana. Todos devíamos ter um pouco de pastor ou de marinheiro, os clássicos vizinhos dos grandes horizontes e das estrelas.É dentro de nós que nos podemos conhecer a nós mesmos e conhecer verdadeiramente o que são as coisas e as pessoas e os acontecimentos. Dentro de nós é que havemos de encontrar as sementes do ideal, do sonho nobre, da força para resistir e avançar. E se houver Deus é dentro de nós que O podemos conhecer bem.Por que fugimos, então, de estarmos a sós connosco mesmos? Por trás de uma série de razões superficiais - não totalmente verdadeiras - como a falta de tempo, de gosto, de hábito ou de paciência, existe um único motivo real: temos muito medo da verdade; receamos pensar naquilo que nos pode complicar a vida.

sábado, fevereiro 17, 2007

Porquinho


Era uma vez um porquinho que vivia numa grande quinta com outros porquinhos e que tinha uma particularidade era verde.Todos passavam a vida a gozar com o porquinho verde,que não entendia a razao de tanto alarido,e que adorava a sua cor.Uma noite,pensando que o porquinho verde sofria por ser diferente os donos da quinta foram ao curral e pintaram-no de cor-de-rosa.A tinta era tão forte,tão forte,que não havia outra que pudesse sobrepor-se a ela, nem nenhuma água que a arrancasse.No dia seguinte,quando acordou, o porquinho verde descubriu-se cor-de-rosa e ficou tão triste que se fartou de chorar.Ninguem percebia porque- finalmente ele era igual aos outros.Chegou a madrugada e com ela uma tempestade muito forte .Vieram os primeiros pingos de chuva, depois outros, mais grossos, e dai a bocado era uma chuvada enorme que caia impiedosa sobre a terra.Mas não era uma chuva qualquer : era uma tinta verde ,muito forte , que cobria todas as coisas onde tocava e que não saia com água,nem podia ser pintada por cima. ás primeiras luzes da manhã, o temporal partiu sem deixar rasto.Um a um, os porquinhos começaram a acordar estremunhados, e ao olharem uns para os outros entraram em panico, estavam todos verdes.Todos excepto o verdadeiro porquinho verde. Agora cor-de-rosa, que sorria,feliz da vida,porque assim voltava a ser diferente.Esta historia é contada na peça " THE PILLOWMAN" de Martin McDonagh.É UMA BELA HISTORIA SOBRE A DIFERENÇA: DE SEXO , DE VIDA.Os pais querem sempre o melhor para os filhos.E o melhor , neste caso é, o cor-de-rosa que eles tenham boas notasArranjem bons amigos,não se metam em sarilhos,terem curso superior e que se casem com alguem que os faça felizes.Alguem do sexo oposto.Mas tal como o porquinho verde,alguns rapazes e raparigas vão perceber pelo caminho que a sua felicidade não é da cor dos outros.A unica coisa que os pais podem fazer,neste caso, é não pintar por cima.Nunca dá bom resultado.

sexta-feira, fevereiro 16, 2007

Esforço


Não deves recusar o esforço, porque ele é um caminho.Num lugar que terás de descobrir - que fica sempre alto e longe - existe para ti uma lagoa meio escavada na rocha, com relva muito verde em parte das margens e cantos alegres de pássaros calmos.Encontram-se lá os que amas, fortes e generosos. Sorridentes.Há sol e também a sombra de altas árvores. Por cima, apenas o céu, à distância de um último salto.Não é um destino inevitável, mas um lugar onde és esperado e que podes, ou não, alcançar, conforme a medida do teu desejo. Só quando lá chegares terás alcançado toda a tua envergadura. Só lá te encontrarás contigo mesmo.Existes para chegar a esse lago. Os teus olhos são capazes de pousar nas suas águas limpas, que reflectem já o céu que lhes há por cima.Não se pode querer mal aos caminhos que conduzem a lugares assim, embora sejam escarpados e se torne impossível evitar ferimentos e cansaços quando se segue por eles.Se o teu desejo de chegar for grande, nenhum esforço te parecerá demasiado penoso. E, embora vás a caminho, terás sempre contigo qualquer coisa que é já de ter chegado. Talvez uma certa forma de olhar, resultante daquela luz que se acende por dentro quando nos pomos a caminho dispostos a tudo o que aparecer.E nem haverá problema se a morte te encontrar assim, ainda no gesto de subir: já tens em ti o teu lago, na imagem dele que te fez partir.Não deves recusar a dor, porque ela te constrói, te marca os limites e te faz crescer por dentro dos teus muros.Sem ela, não passarias de um projecto do homem que hás-de ser. Ela edifica-te os músculos, a cabeça e o coração, e não existe outra maneira de chegares a ser aquilo que deves vir a ser.Se não sofresses não haveria ninguém dentro de ti.No cumprimento sério dos teus deveres, encontrarás a dor na forma de esforço e de cansaço.Mas pode muito bem ser que, tarde ou cedo, ela te procure sem disfarces e te faça chorar ou gemer. É frequente que ela se apresente assim, numa nudez que parece cruel e faz lembrar facas ou agulhas.Nem por isso te deves assustar ou desistir.Quando te parecer que tudo está perdido, ri-te, se puderes. É que te estão a oferecer um degrau que te deixará incomparavelmente mais acima no caminho. Deves ver nisso o sinal de que - por qualquer razão - é tempo de andares depressa.Sobretudo, não te queixes. Há assim metamorfoses que parecem aniquilar, mas não passam de formas de fazer surgir a borboleta.Não te queixes, porque receberás umas asas e cores novas.O teu lago - de onde de tão perto se pode olhar o céu - tem um preço que tu saberás dar e não é tão grande assim

A lua


Hoje resolvi falar da Lua, ou melhor, ontem a Lua resolveu falar comigo e, hoje eu resolvi contar os segredos que ela me contou. Eu também não acreditaria no que acabei de escrever se nao tivesse sido eu a escrever. E provavelmente não teria ouvido a Lua se não estivesse calado e, por tanto não sei como vos dizer que falei com ela, se eu ao falar não a ouviria. Sim! Quando estamos preocupados em falar, os ouvidos só nos dão ouvidos a nós. O que não é de estranhar, já que os ouvidos são nossos.É nisto que a escrita ganha pontos, se a Lua me tivesse escrito uma carta provavelmente seria mais fácil de a perceber e, seria mais fácil provar a minha inocencia. Ouvimos melhor as palavras que nos são escritas. Pelo o menos ouvimo-las sempre que quisermos.Mas a Lua não se deu ao trabalho de me escrever uma carta. Alias, nem me acredito que a Lua saiba escrever. Mas ate ontem também não me acreditava que ela falava.Não vou contar palavra por palavra o que ela me disse. Mas vou vos explicar o porque da minha preocupação.Se alguem optar por se distanciar, por se manter a observar, por andar as voltas e voltas sem resolver nada. Se alguem preferir apagar a luz e viver da luz dos outros. Se alguem decidir criar um mundo so dele, para mais ninguem chegar. Que direito têm os outros de invadirem esse mundo? Que direito têm os outros de tentar estar cada vez mais perto? Que direito têm os outros de lhe tentar descubrir os segredos?Largem a Lua! Deixem-a em paz! Ela só quer sofrer sozinha as magoas de todos os sentimentos. Ela só quer viver sozinha! Ela só quer não cair na asneira de se apaixonar pelo Sol, outra vez. Ela só quer viver pacificamente, pois sabe que amando loucamente nunca vai ter paz nem calmia. Ela prefere ver a vida a passar num mundo distante e saber que podia ser assim com ela também. Ela prefere não arriscar! E quem somos nos para a julgarmos? Já todos desistimos... Já todos morremos. A lua ao menos continua viva e, mesmo sem viver mantem vivos os sentimentos que nós matamos. Porque, infelizmente, não sabemos guardar os sentimentos. Somos de extremos. Ou os vivemos ou os matamos. A lua sabe guarda-los e, para não os matar, afasta-se com eles. Deixem a Lua em paz! Ela só esta a tentar preservar aquilo que matamos em cada beijo.

quarta-feira, fevereiro 14, 2007

A JANELA


Um casal, recém-casados, mudou-se para um bairro, muito tranqüilo. Na primeira manhã que passavam na casa, enquanto tomavam café, a mulher olhou pela janela e ficou a ver a sua vizinha que pendurava os lençóis no estendal e comentou com o marido: "Que lençóis sujos a nossa vizinha está a pendurar! Deve ser um preguiçosa. Garanto que nem lava como deve ser as roupas. Deve passar por água e ja está." O marido ouviu e observou calado. Três dias depois, durante o café, a vizinha pendurava novamente os lençóis e a mulher comentou com o marido: "A nossa vizinha continua a pendurar os lençóis sujos! Será que ela não tem vergonha? Se eu a conhecesse melhor, oferecia-me para lhe ensinar a lavar roupa." E assim, de tempos em tempos, a mulher repetia o seu discurso, enquanto a vizinha pendurava as suas roupas . Passado um mês a mulher surpreendeu-se ao ver os lençóis muito brancos a serem estendidos e, empolgada, foi contar ao marido: - Ve, finalmente a nossa vizinha aprendeu a lavar roupa! Tu acreditas? O que será que aconteceu? Tu não disses-te nada pois nao? O marido olhou fixamente para a esposa e calmamente Respondeu: - Não querida. Eu apenas me levantei mais cedo e lavei os vidros da nossa janela. ENQUANTO NOS PREOCUPAMOS COM .A VIDA DOS OUTROS, DEIXAMOS A NOSSA DE LADO. É MELHOR OLHARMOS PARA NÓS MESMOS ANTES DE APONTARMOS OS DEDOS AOS OUTROS.

domingo, fevereiro 11, 2007

...Eu quero beijos intermináveis...Até que os olhos mudem de cor...


Qual o sabor de um beijo meio roubado, meio dado e muito desejado? Aquele beijo que faz carinho no coração sozinho e cansado. Beijo que faz cócegas nos lábios e estrelas nos pensamentos. Beijinho de surpresa, ao de leve , meio escondido quase excitado. O beijo que, molhando a boca alegra a alma. Beijo inocente meio indecente caminhando contente nas bocas apaixonadas. Quem beija afaga, quem beija beija beijando e sendo beijando. Beija no rosto. Beija nas mãos e beija a vida. O beijo perdido deixa vontade o beijo encontrado deixa encantado. Beijo devagar e beijo rapido. Beijo no amor e beijo no... Beijo de todos os tipo e beijo doce. É bom parar de falar e dar um beijinho.... Que tal?

quinta-feira, fevereiro 08, 2007

Folhas da Amizade


Existem pessoas nas nossas vidas que nos deixam felizes pelo simples facto de se terem cruzado no nosso caminho. Algumas percorrem ao nosso lado, vendo muitas luas a passarem, mas outras vemos apenas entre um passo e outro. A todas elas chamamos de amigos. Há muitos tipos de amigos. Talvez cada folha de uma árvore caracterize um deles. O primeiro que nasce do broto é o amigo pai e o amigo mãe. Mostram o que é ter vida. Depois vem o amigo irmão, com quem dividimos o nosso espaço para que ele floresça como nós. Passamos a conhecer toda a família de folhas, a qual respeitamos e desejamos o bem. Mas o destino apresenta-nos outros amigos, os quais não sabíamos que se iam cruzar nos nossos caminhos. Muitos desses denominamos amigos do peito, do coração.São sinceros, verdadeiros; sabem quando não estamos bem, sabem o que nos faz feliz...Às vezes, um desses amigos do peito estala no nosso coração e então é chamado de amigo namorado. Este dá brilho aos nossos olhos, música aos nossos lábios, pulos aos nossos pés.Mas também há aqueles amigos por um tempo, talvez umas férias ou mesmo um dia ou uma hora. Estes costumam colocar muitos sorrisos na nossa face, durante o tempo que estamos por perto.Por falar em perto, não podemos esquecer os amigos distantes. Aqueles que ficam nas pontas dos galhos, mas que quando o vento sopra, aparecem novamente entre uma folha e outra.O tempo passa, o verão vai-se, o outono aproxima-se, e perde-se algumas das nossas folhas. Algumas nascem num outro verão e outras permanecem por muitas estações. Mas o que nos deixa mais feliz é que as que caíram continuam por perto, continuam a alimentar a nossa raiz com alegria.Lembranças de momentos maravilhosos enquanto cruzavam o nosso caminho.Cada pessoa que passa na nossa vida é única.Deixa um pouco de si e leva um pouco de nós. Há os que levam muito, mas não há os que não deixaram nada. Esta é a maior responsabilidade da nossa vida e é a prova quase evidente de que duas almas não se encontram por acaso!!!

quarta-feira, fevereiro 07, 2007

Sentimento


Tu sabes que a única razão para a qual eu acordo feliz é de pensar que eu irei ver o teu olhar e escutar a tua voz. Porque todas as noites sonho que tu estás pertinho de mim. Fazendo com que a solidão não chegue perto de mim.Porque tu estives-te sempre aqui e eu nunca percebi. Não é pelo facto de eu ser romântico .E sim porque eu fico muito tempo longe das tuas aveludadas palavras. Eu preciso de sentir a seda que é teu sorriso. A sonata que é a tua voz. Tu dizes uma palavra e eu fico sem ar. Estou apaixonado como se fosse a primeira vez.Tu viras-te o meu melhor tormento. As minhas lágrimas deslizam sobre a minha face. E elas são por ti, pela nossa distância. Se um dia eu voltar a reencontrar-te. Serei teu nos teus braços e sentir o suave toque das tuas mãos na minha pele.Tu fazes a diferença em mim.Tu chegas-te e entras-te.Tornas.te a minha alma mais branca.E a minha estrela a mais brilhante. Quero sentir-te. Quero tocar-te.Eu quero amar.te E na doce noite, verei os teus olhos a brilharem enchendo-me de amor.Procura-me, não me deixes aqui.

Mensagem

Existem momentos em que nsos sentimos sozinhos. Momentos esses em que as nossas emoçoes parecem uma montanha russa de tantos altos e baixos.
Ontem estava num desses momentos. Momento esse em que prescizava de corar, de gritar.
Recebi uma mensagem. Mensagem esse que me levou a escrevr aqui hoje o que escrevo.
Mensagem que foi enviada por alguem.
Mas esse alguem não é um " ALGUEM" qualquer.
Foi a pessoa escolhida pelo destino para turar os meus torbilhoes emocionais.
Mas afinal o que tem de tão especial a mensagem?
Para voces pode não ter nada de especial mas para mim . Humm... é especial . Tao especial que só eio reforçar o amor, o respeito, o carinho e a amizade que tenho por esse alguem.
Por isso decidi publicar a mensagem que recebi neste pequeno cantinho virtulal,para que todas as pessoas sintam que ainda há pessoas extraordinarias.
Como esta que me enviou a mensagem.

Este pequeno texto dedico-o à minha mãe que sei que onde quer que esteja estará sempre a olhar por mim.

Saudades de ouvir a tua mãe a chamar-te para ires comer. E aquela saudade dos carinhos de te abraçar daquela expressao do olhar singelo, tão belo e alegre.
Sei como te sentes.
Mas não te esqueças que ela tá sempre lá em cima a ver-te e cda manha que nasce , ela da-te um enorme sorrizo e energia para segurar o teu caminho e percorrer ate ao infinito.

OBRIGADO POR ESTARES DESSE LADO.

terça-feira, fevereiro 06, 2007

Vazio


Nunca te sentiste vazio apenas porque o dia amanheceu?Nunca ouviste uma música que te tocou no mais profundo do teu sere encolhes-te de medo do que está para lá desse profundo?Nunca te deixaste invadir pelas lágrimas simplesmente porque as cicatrizes que coleccionas no peito se abriram todas de uma só vez devido a uma brisa malévola que as atingiu?(e tu demoraste tanto a cosê-las, a terminar cada ponto com um esforçopara além do humano)Nunca sentiste o desespero tão perto,bastava esticares os dedos e tocar,está mesmo ali embalado numa cançãotão sedutora, vestido de sereia a chamar-te com os seus braços sedosos?Nunca deixaste que o fio condutor de sentido desaparecesse e tu demorasses eternidades a encontrá-lo?Nunca valsaste com a loucura?Eu já.

sábado, fevereiro 03, 2007

Tanto por dizer


Há tanto por dizer. E no entanto as palavras resolveram sair para fumar um cigarro, logo agora que eu mais precisava delas.

sexta-feira, fevereiro 02, 2007

A PONTE


Conta-se que, certo dia, dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um rio, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença de toda uma vida em que trabalharam lado a lado, repartindo as ferramentas e cuidando um do outro. Durante anos eles percorreram uma estrada estreita e muito comprida, que seguia ao longo do rio para, ao final de cada dia, poderem atravessa-lo e desfrutar um da companhia do outro. Apesar do cansaço, faziam a caminhada com prazer, pois amavam-se. Mas agora tudo tinha mudado. O que começara com um pequeno mal entendido finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio. Numa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem á sua porta. Ao abri-la viu um homem com uma caixa de ferramentas de carpinteiro na mão. Estou á procura de trabalho - disse. Talvez você tenha um pequeno serviço que eu possa executar. - Sim! - disse o fazendeiro - Claro que tenho trabalho para si. Ve aquela fazenda do outro lado do rio. É do meu vizinho. Na realidade, o meu irmão mais novo. - Nós zangamo-nos e não posso mais suporta-lo. Vê aquela pilha de madeira perto do celeiro? Quero que você construa uma cerca bem alta ao longo do rio para que eu não o veja mais. Acho que entendo a situação - disse o carpinteiro. Mostre-me onde estão a pá e os pregos que certamente farei um trabalho que o deixará satisfeito. Como precisava de ir à cidade, o irmão mais velho ajudou o carpinteiro a encontrar o material e partiu. O homem trabalhou arduamente durante todo aquele dia: medindo, cortando e pregando. Já anoitecia quando terminou a sua obra. O fazendeiro chegou da sua viagem e os seus olhos não podiam acreditar no que viam. Não havia qualquer cerca! Em vez de uma cerca havia uma ponte que ligava as duas margens do rio. Era realmente um belo trabalho, mas o fazendeiro ficou frioso e isse: - Você foi muito atrevido ao construir aquela ponte após tudo que lhe contei. No entanto, as surpresas não terminavão por ali. Ao olhar novamente para a ponte, viu o seu irmão a aproximar-se da outra margem, a correr em direcção a ele com os braços abertos. Por um instante permaneceu imóvel do seu lado do rio. Mas, de repente, num impulso, correu na direção do outro e abraçaram-se chorando no meio da ponte. O carpinteiro estava de partida com a sua caixa de ferramentas quando o irmão que o contratou pediu-lhe emocionado: - Espere! fique conosco mais alguns dias. E o carpinteiro respondeu: -eu adoraria ficar, mas, infelizmente, tenho muitas outras pontes para construir. E você, precisa de um carpinteiro ou é capaz de construir a sua própria ponte para se aproximar daqueles com os quais rompeu contato? Há uma razão muito especial para elas fazerem parte do seu círculo de relação. Por isso, não procure isolar-se construindo cercas que separam e infelicitam os seres. Construa pontes e procure caminhar na direção daqueles que, porventura, estejam distantes de si. E se a ponte da relação está um pouco frágil, ou balança por causa dos ventos da discórdia, fortaleça-a com os laços do entendimento e da verdadeira amizade. Agindo assim, você suprirá as suas carências afectivas e encontrará a paz íntima que tanto deseja.

quinta-feira, fevereiro 01, 2007

Deficiências


"Deficiente" é aquele que não consegue modificar sua vida, aceitando as imposições de outras pessoas ou da sociedade em que vive, sem ter consciência de que é dono do seu destino.
"Louco" é quem não procura ser feliz com o que possui.
"Cego" é aquele que não vê seu próximo morrer de frio, de fome, de miséria. E só tem olhos para seus míseros problemas e pequenas dores.
"Surdo" é aquele que não tem tempo de ouvir um desabafo de um amigo, ou o apelo de um irmão. Pois está sempre apressado para o trabalho e quer garantir seus tostões no fim do mês. "Mudo" é aquele que não consegue falar o que sente e se esconde por trás da máscara da hipocrisia.
"Paralítico" é quem não consegue andar na direção daqueles que precisam de sua ajuda. "Diabético" é quem não consegue ser doce.
"Anão" é quem não sabe deixar o amor crescer. E, finalmente, a pior das deficiências é ser miserável, pois "Miseráveis" são todos que não conseguem falar com Deus. "A amizade é um amor que nunca morre."